quarta-feira, 23 de setembro de 2015

AMIZADE DESBOTADA

Chego ao final do dia e lembro-me do que gostaria de ter perguntado a A, B e C.
 
O dia passou por nós ausente de oportunidade para falarmos.

Procuro atrás da porta de casa um "Está tudo bem? O q tens feito?", no chão do quarto um "olha lá, e..."
E não, não vejo um "Olá!" Por detrás da cortina da banheira....

Nada.

Janto enquanto leio palavras mudas. Na TV oiço vozes surdas. Não me conseguem, não as posso alcançar.

O dia passa por nós ausente e já a noite cai sobre a torre onde dormimos, sós. E quando o dia seguinte nos levanta, há palavras q esquecemos para sempre, nos diálogos q podíamos ter sido, mas não somos.

De manhã colocamos a velha roupa no estendal. Olhamos para ela e constatamos como está desbotada. Tão diferente de quando era nova e não tinha aquele ar meio coçado.
E na nossa mente ganha forma um paralelismo. Afigura-se o amigo q já fomos no passado, quando falávamos diariamente de tudo e de nada, porque o importante eram as palavras que trocávamos e não tanto o seu sentido.
 
 

Sem comentários:

Enviar um comentário